GEOGRAPHICAL INDICATION AS AN IDENTITY CONSTRUCTION RESOURCE: ANALYSIS OF THE DIGITAL DISCOURSE OF THE INDICATION OF SOURCE SOUTHERN BAHIA IN THE CONSOLIDATION OF A NEW TERRITORIAL IDENTITY

Ivan Bezerra dos Santos, Ana Carolina Pereira Novaes, Lucia Regina Rangel de Moraes Valente Fernandes, Soraia Vanessa Matarazzo, Gesil Sampaio Amarante Segundo, Ana Paula Trovatti Uetanabaro

Resumo


For more than two centuries, the history of the southern region of Bahia has been written around its main economic activity: cocoa cultivation. This agricultural culture was determinant in the formation of the territorial identity, one of the main factors for the granting of registration of Indication of Source (often referred as IP) Southern Bahia by the National Institute of Industrial Property (INPI), which protects the intellectual property around a regional product: cocoa bean. IP Southern Bahia distinctive sign is related to a range of local factors, such as history, culture, environment, social organization, tourism and technological development of cocoa, in order to suit as a resource for the creation of a new territorial identity aiming at regional socioeconomic development. An analysis of the textual and imaginary discourse created by Southern Bahia Cocoa Association (ACSB) was carried out in its internet media in order to identify the registration impact on the place identity. ACSB represents 14 associations and more than 3.000 cocoa producers. The theoretical basis and the result of the empirical analysis have shown that a well-constructed strategic narrative tends to affect the creation of the intended territorial identity.Finally, this study made an analytical survey of the discourse content built around the IP Southern Bahia, pointed out the qualities and lacks of the narrative and suggested corrections for the creation of an economic and socially development territorial identity.

Palavras-chave


Indication of Source; Analysis of the Discourse; Cocoa Bean; Southern Bahia

Texto completo:

PDF

Referências


ABRAMOVAY, R. O futuro das regiões rurais. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003.

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. 5. ed. São Paulo: Cortez. 2011.

AMARANTE SEGUNDO, Gesil Sampaio; GOULART, Luciane Aparecida; SILVA JUNIOR, Milton Ferreira; UETANABARO, Ana Paula Trovatti. O cacau da região Sul da Bahia e a perspectiva histórica de uma Indicação Geográfica. Cadernos de Prospecção, v. 7, p. 632-639, 2014.

ANDERSON, B. Comunidades imaginadas: reflexiones sobre el origen y difusión del nacionalismo. México D. F.: Fondo de Cultura Económica. 1993.

ANDRADE, M. C. A questão do território no Brasil. São Paulo: Hucitec/Recife: IPESPE. 2005.

BITTENCOURT, Mário. Bahia registra em 2017 segunda pior produção de cacau da história. Jornal Correio – Versão online. Criação: 22 nov. 2017. Disponível em: . Acesso em 14 Fev. 2018.

BOECHAT, Leandro. Entre a memória e o mercado: identidade, (re)significação e cultura empresarial. 1. ed. Rio de Janeiro: Gramma, 2016. v. I.

BRASIL - Portal. Bahia retoma exportações de cacau após vencer a vassoura-de-bruxa. Publicado 18/11/2015. Disponível em: . Acesso em Dez. 2017.

BRASIL. Nota Técnica. Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira. A crise da lavoura cacaueira, condicionantes, ação governamental, análise. Abril/2009. Disponível em: . Acesso em Dez. 2017.

CANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e cidadãos – conflitos multiculturais da globalização. Trad. Mauricio Santana Dias. Rio de Janeiro. Ed. Uerj, 2006.

CANDAU, Joël. Antropología de la memória. Trad. Paula Mahler. Buenos Aires: Nueva Visión, 2006.

CANDAU, Joël. Memória e identidade. Trad. Maria Letícia Ferreira. São Paulo: Contexto, 2011.

CARDOSO, Irene. Narrativa e história. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo. 2000. 12(2): 3-13.

CASTRO, A. C. Tensões da identidade pessoal no Espelho de Machado de Assis. Psicologia & Sociedade. 2012. 24(3), 619-627.

CASTRO, Alexandre de Carvalho; DUSILEK, Sérgio Ricardo Gonçalves; SILVA, Clemir Fernandes. Identidade social, mídia televisiva e construção histórico-cultural da memória coletiva: o caso de um movimento sociorreligioso no Brasil. Relig. soc., Rio de Janeiro, v. 36, n. 1, p. 74-102, jun. 2016. Disponível em: . Acesso em 19 Fev. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/0100-85872016v36n1cap04.

CHAMPREDONDE, M.; COSIOROVSKI, J. G. ¿Agregado de Valor o Valorización? Reflexiones a partir de Denominaciones de Origen en América Latina. Revista Iberoamericana de Viticultura, Agroindustria y Ruralidad, vol 3, nº 9, Santiago do Chile, 2016.

CHIAPETTI, Jorge. O uso corporativo do território brasileiro e o processo de formação de um espaço derivado: transformações e permanências na região cacaueira da Bahia. 2009. Tese (Doutorado em Geografia) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2009.

CHIMENTO, M; FERNANDES, L; TERRA, C. Contribuição da comunicação na agregação de valor às Indicações Geográficas protegidas de arroz. GEINTEC, v.4, n. 1, p. 489-503. 2014. Disponível em: . Acesso em 03 Jul. 2018.

CHIMENTO, Marcelo Rutowitsch. Indicação geográfica na imprensa: cenários e desafios. Tese de Doutorado do Programas de Doutorado Acadêmico e Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Inovação do INPI. Rio de Janeiro, 2015.

COMISSÃO EXECUTIVA PARA O PLANO DA LAVOURA CACAUEIRA – Ceplac. Cacau ano 25. Brasília, 1982. Disponível em: . Acesso em Jan. 2018.

COSTA, I. T.; GONDAR, J. Memória e espaço. Rio de Janeiro: 7 Letras. 2000.

COSTA, José Fialho. Conjuntura cacaueira do Sul da Bahia. Salvador: Bureau, 1992.

CRUZ, Benedito Ely Valente da. O Alvorecer das indicações geográficas na Amazônia: a “corrida” pela IG do queijo artesanal do Marajó – PA / Benedito Ely Valente da Cruz. - Presidente Prudente - SP: [s.n]. 2017.

DALLABRIDA, V. R. Território. In: SIEDENBERG, D. R. Dicionário do Desenvolvimento Regional. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, p. 161-162. 2006.

DALLABRIDA, V. R. A gestão territorial através do diálogo e da participação. Scripta Nova. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales, vol. XI, núm. 245 (20). 2007.

DALLABRIDA, V. R. Território e desenvolvimento sustentável: Indicação Geográfica da erva-mate de ervais nativos no Brasil. Informe Gepec, Toledo (PR), Vol. 16, N. 1. 2012.

DENARDIN, V. F. Estratégias para potencializar produtos com identidade territorial. I Simpósio Nacional de Geografia Política, Território e Poder, Anais, Curitiba, p. 1-15. 2009.

DIAS, Marcelo Henrique. Um passado para justificar o presente: memória coletiva, representação histórica e dominação política na região cacaueira da Bahia, de Mary Ann Mahony. Cadernos de Ciências Humanas – Especiaria. v.10, n.18, p.731-735. 2007.

DULLIUS, Paulo Roberto. Indicações Geográficas e Desenvolvimento territorial: as experiências do Rio Grande do Sul. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural) - Universidade Federal de Santa Maria. 2009.

FALCÓN, Gustavo. Coronéis do Cacau. 2.ed. Salvador: Solisluna Design. 2010.

FÁVERO, K. C. Indicações Geográficas. In: BRASIL. Ministério da agricultura, pecuária e abastecimento. Curso de propriedade intelectual e inovação no agronegócio. Organização Luiz Otávio Pimentel. 2ª ed. rev. e atual. Brasília: MAPA; Florianópolis: EADUFSC. 2010.

FERNANDES SILVA, Clemir. A esfinge da UPP e os oráculos da religião. Percepção de lideranças religiosas nativas sobe Unidades de Polícia Pacificadora em favelas cariocas. ISER, vol. 68, n° 1: 130-141. 2014.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 1 ed., 11 reimp. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal. 1979.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. 8ª ed., São Paulo: Martins Fontes. 2000.

GARCEZ, Angelina Nobre Rolim. Ceplac de corpo e alma. Ilhéus-BA: Ceplac. 1985.

GENTILE, M. B. El recuerdo del "mal": historizar la memoria. El Agora USB, 15(2), 365-374. 2015.

GRUPO DE PESQUISA. Disponível em: http://www.uesc.br/icer/artigos/janekatiadoiscasos.htm> Acesso em Dez. 2017.

HAESBAERT, R. Des-territorialização e identidade: A rede “gaúcha” no nordeste. Rio de Janeiro: EDUFF. 1997.

HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. São Paulo: Vértice. 1990.

HALBWACHS, Maurice. La memoria colectiva. Zaragoza: Prensas Universitarias. 2002.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Trad. Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro. 2006.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A. 2006.

HALL, Stuart. Quem precisa de identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Identidade e diferença. Petrópolis, RJ: Vozes. 2011.

HOBSBAWM, E. Mass-producing traditions: Europe, 1870-1914. En E. Hobsbawm y T. Ranger (eds.), The invention of tradition (pp. 263-307). Cambridge: University Press. 1983.

LE GOFF, Jacques. História e memória. SP., Unicamp, 1996, p. 477

LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Ed. Unicamp, 2003. pp. 7-22; 127-46; 467-77.

LE GOFF, Jacques. As ordens mendicantes. Uma longa idade média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. p. 173-189.

LEI Nº 9.279, de 14 de Maio de 1996. Lei da Propriedade Industrial. Disponível em: . Acesso em: 28 Mai. 2018.

LEMOS, M. T. T. B.. As estratégias da memória e a construção da identidade. In: XXXI Reunião Anual de Psicologia Social, 2001, Rio de Janeiro. A construção da Psicologia Brasileira na Pesquisa e no Ensino. Ribeirão Preto: Complexo Gráfico Villimpress, 2001. p. 87.

MAIORKI, Giovane José; DALLABRIDA, Valdir Roque. A indicação geográfica de produtos: um estudo sobre sua contribuição econômica no desenvolvimento territorial. Interações (Campo Grande), Campo Grande , v. 16, n. 1, p. 13-25, June 2015 . Disponível em: . Acesso em 20 Fev. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/151870122015101.

MASCARENHAS, G.; WILKINSON, J. Desafios institucionais e organizacionais ao desenvolvimento das IGs no Brasil. In: NIEDERLE, P. A. (Org.). Indicações Geográficas: Qualidade e Origem nos mercados alimentares. Porto Alegre: Editora da UFRGS. 2013.

NIEDERLE, P. A. Controvérsias sobre a noção de Indicações Geográficas enquanto instrumento de desenvolvimento territorial: a experiência do Vale dos Vinhedos em questão. In: CONGRESSO DA SOBER, 47. 2009, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: SOBER/UFRGS. 2009.

NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Trad. Yara Aun Khoury. Revista Projeto História, São Paulo PUC-SP, n. 10, p. 7-28, dez. 1993.

NORA, Pierre. Les lieux de mémoire (Vols. i, ii, iii). París: Gallimard. 1997.

ODDOYE, E.O.K., AGYENTE-BADU, C.K., GYEDU-AKOTO, E. Cocoa and Its By-Products: Identification and Utilization. In: Watson R., Preedy V., Zibadi S. (eds) Chocolate in Health and Nutrition. Nutrition and Health, vol 7. Humana Press, Totowa, NJ. 2013

PADRÓS, Enrique Serra. Usos da memória e do Esquecimento na História. Letras, vol. 22, n° 1: 79-95. 2001.

PÊCHEUX, Michel. Análise do discurso. 2 ed. Campinas: Pontes. 2001.

PÊCHEUX, Michel. O discurso: estrutura ou acontecimento. 5. ed. Campinas: Pontes Editores. 2008.

PLOEG, J. D. Van Der. Camponeses e Impérios Alimentares: lutas por autonomia e sustentabilidade na era da globalização. Porto Alegre: UFRGS. 2008.

POLLAK, Michael. Memórias, esquecimento, silêncio. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro: Ed UFRJ, v. 2, n. 3, p. 3-15. 1989.

POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro: Ed UFRJ, v. 5, n. 10, p. 200-212. 1992.

RANGEL, Maria Cristina; TONELLA, Celene. A crise da região cacaueira do sul da Bahia/brasil e a reconstrução da identidade dos cacauicultores em contexto de adversidades. Geoingá: Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia Maringá, v. 5, n. 1, p. 77-101. 2013.

RIBEIRO, André Luiz Rosa. Memória e identidade: reformas urbanas e arquitetura cemiterial na Região Cacaueira (1880-1950) – Ilhéus, Ba: Editus. 2005.

RIBEIRO, André Luiz Rosa. Urbanização, poder e práticas relativas à morte no sul da Bahia, 1880-1950. Tese (Doutorado) – Universidade federal da Bahia, Salvador. 2008.

ROCHA, Lurdes Bertol. A região cacaueira da Bahia – dos coronéis à vassoura-de-bruxa: saga, percepção, representação / Lurdes Bertol Rocha. – Ilhéus: Editus. 2008.

SANTILLI, J. As indicações Geográficas e as territorialidades específicas das populações tradicionais, povos indígenas e quilombolas. In: LAGES, V.; LAGARES, L.; BRAGA, C. L. (Org.). Valorização de produtos com diferencial de qualidade e identidade: indicações geográficas e certificações para competitividade nos negócios. Brasília: Sebrae. 2005.

SANTOS, M. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo. Razão e Emoção. 2. ed. São Paulo: Hucitec. 1997.

SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record. 2001.

SAQUET, M. A. Os tempos e os territórios da colonização italiana. O desenvolvimento da colônia. Silveira Martins. Porto Alegre: EST Edições. 2003.

SARLO, Beatriz. Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. São Paulo: Companhia das Letras. 2007.

SEPULVEDA, Myrian. Memória e Construção do presente. 2013. Disponível em: . Acesso em Dez. 2017.

SETENTA, Wallace; LOBÃO, Dan Érico. Conservação Produtiva. Cacau por mais 250 anos. Itabuna-BA. 2012.

SOREK, T. The quest for victory: collective memory and national identification among the arab-palestinian citizens of Israel. Sociology, 45(3), 464-479. 2011.

SOUZA, M. J. O Território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO I.; GOMES, P. C. C. CORRÊA, R. L. (Orgs.). Geografia: Conceitos e Temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, p. 77-116. 2005.

SOUZA, Mariana Jantsch. A memória como matéria prima para uma identidade: apontamentos teóricos acerca das noções de memória e identidade. Revista Graphos, vol. 16, n° 1. 2014.

SOUZA, Patrícia Marques. Memória e seus paradigmas. Noctua Revista de História. n. 2. 2010. Disponível em: < http://periodicos.unb.br/index.php/noctua/article/view/1378). Acesso em Dez. 2017.

VILLA, J. D. BARRERA, D. Registro identitario de la memoria: políticas de la memoria e identidad nacional. Rev. Colomb. Soc., 40(Suplemento 1), 149-172. 2017.

VITROLLES, D. Construction sociale du lien à l’origine dans le cadre de l’émergence des indications géographiques au Brésil: le cas de la viande do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional. 2007. 146 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Rurais - Geografia) – Université Lumière Lyon 2, França. 2007.

VOISIN, J.K. Comunicação turística, memória, identidade: uma proposta de abordagem e dois casos (Ilhéus-Bahia e La Rochelle-França). ICER - Identidade Cultural e Expressão Regional. 2004.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2019 Revista INGI - Indicação Geográfica e Inovação

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição - Não comercial - Compartilhar igual 4.0 Internacional.

Licença Creative Commons
Revista INGI - Indicação Geográfica e Inovação. A Revista INGI está licenciada com a Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional

ISSN: 2594-8288

qualis B3

Com DOI por artigo.

Esta Revista é uma publicação da Associação Acadêmica de Propriedade Intelectual - API - www.api.org.br 

A REVISTA INGI está cadastrada nos sistemas: